19/01/18

Olhar feminino ganha a telona na programação da Cinemateca

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Eternamente Pagú
A Cinemateca Brasileira abriu, nesta quinta-feira (18), a programação oficial para 2018 com a mostra Mulheres, Câmeras e Telas. Até 4 de fevereiro, serão exibidos mais de 40 filmes, de diversos períodos da filmografia nacional, que destacam profissionais que atuaram em diferentes áreas da produção audiovisual, entre cineastas, atrizes, fotógrafas, roteiristas, montadoras e produtoras. A Cinemateca integra a Secretaria do Audiovisual (SAv) do Ministério da Cultura (MinC) - o ministro, Sérgio Sá Leitão, participou da solenidade de abertura.
 
"Nós temos uma preocupação muito grande com a questão de gênero no audiovisual. Pesquisas recentes mostraram, no cinema brasileiro, uma desproporção muito grande entre o peso da mulher na sociedade e na produção audiovisual. Obviamente, precisamos estimular, induzir e promover a participação feminina", destacou Sá Leitão. "Precisamos ter uma política para isso, não podemos ficar apenas com uma medida aqui e outra ali, que acabam sendo apenas paliativas e não geram um resultado de fato. Solicitamos ao Conselho Superior de Cinema que trate deste assunto e formule políticas para a inclusão não apenas de gênero, mas também de raça. A ideia é constituir um grupo de trabalho para tratar do tema", completou.
 
O filme Eternamente Pagu (1987), de Norma Bengell, abriu a mostra. O longa conta a história da escritora, diretora de teatro e militante política Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, interpretada pela atriz Carla Camurati. Outros destaques são Amor maldito (1984), de Adélia Sampaio, primeira cineasta negra a dirigir um longa-metragem no Brasil; Amélia (2000), de Ana Carolina; Vida de doméstica (1976), de Eliana Bandeira; e O ébrio (1946), de Gilda de Abreu, uma das dez maiores bilheterias da história do cinema brasileiro e a maior da época.
 
Também farão parte da mostra longas de diretoras estrangeiras, como Romance (1999), de Catherine Breillat, poderoso filme feminista que causou polêmica em seu lançamento por conta de suas cenas de sexo explícito; O estranho que nós amamos  (2017), de Sofia Coppola; e A Menina Santa (2004), da cineasta argentina Lucrecia Martel.
 
A mostra será encerrada no dia 4/2, com a sessão dupla ao ar livre do curta de animação Frankenstein punk (1986), de Eliana Fonseca, seguida pela exibição de Lua de Cristal (1990), de Tizuka Yamasaki. Confira a programação completa no site da Cinemateca.   

Revista Filme Cultura

Durante a solenidade de abertura, também houve o lançamento da 63ª edição da Revista Filme Cultura, que tem o mesmo tema da mostra: Mulheres, Câmeras e Telas. Entre os temas abordados pela publicação estão mulheres negras no audiovisual, mulheres pioneiras no audiovisual, a representação da mulher em filmes brasileiros, a violência contra a mulher e o cinema contemporâneo nacional e suas possibilidades de subversão no audiovisual independente.
 
Dedicada à pesquisa, à reflexão e à divulgação do cinema brasileiro, a revista Filme Cultura foi lançada em 1966 e circulou até 1988. De 2010 a 2013, voltou a ser publicada, com as edições de 50 a 61. Em 2017, a revista foi novamente retomada, apostando em um modelo que possibilitasse a participação da sociedade na produção dos textos. Foram realizados, nas edições 62 e 63, editais de chamada para textos, abrindo espaço para quem quisesse contribuir, ampliando as possíveis vozes e democratizando o acesso ao ambiente da pesquisa cinematográfica brasileira.
 

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