Repleto de confusões, Os Farofeiros encanta e diverte, além de se transformar numa das melhores comédias nacionais.
O filme narra como quatro colegas de trabalho se programaram para curtir o feriado prolongado em uma casa de praia. Chegando lá, descobrem que se meteram em uma tremenda roubada. Para começar o destino não é Búzios, mas Maringuaba e a residência alugada se encontra caindo aos pedaços, bem diferente do prometido.
Na direção de Roberto Santucci, o elenco foi bem aproveitado e o mais importante é que cada um consegue se destacar mesmo com a previsibilidade da trama. Os diálogos funcionam em perfeita harmonia com as situações e todas as atuações são extremamente espontâneas, cativando o espectador em todos os momentos engraçados e nos mais diversos infortúnios que os personagens vivenciam. A química entre os atores foi fantástica e cativante, contribuindo para que o filme ficasse bem natural. Lima (Maurício Manfrini) se destaca por ser um cara que sempre dá aquele jeitinho brasileiro, Jussara (Cacau Protásio), rouba a cena por ser uma esposa e mãe totalmente desprovida de polidez, Renata (Danielle Winits) exagera magnificamente em ser uma mulher altamente estressada e brigona, Rocha (Charles Paraventi) além de ser um tremendo puxa saco é um machista de carteirinha, Elen (Aline Riscado) encanta a todos com sua beleza, Alexandre (Antônio Fragoso) é o mais calmo e mais empático, conseguindo se manter racional em meio aquela zona toda, Diguinho (Nilton Bicudo), faz um solteirão sensível e Vanete (Elisa Pinheiro) é a mulher grávida, preste a ter seu bebê a qualquer momento, somando a isto, ainda temos uma garotada muito inquieta e que apronta todas.
O roteiro de Paulo Cursino é bem simples e bem executado, pois vem destacar situações corriqueiras, vividas pela maioria dos brasileiros. Quando fez a junção de confusões, conflitos, humor, diálogos com duplo sentido, dificuldade de adaptação ao se conviver com pessoas de outra classe social e brigas banais numa viagem improvisada e pouco planejada, somo levados a lembrar que de alguma forma já passamos por acontecimentos semelhantes, afinal quem nunca ficou preso no trânsito ou quem nunca dividiu uma casa de praia com pessoas que tínhamos pouca afinidade e contato? Acho que em meio a muitas gargalhadas, vamos nos questionando e respondendo sempre “Sim, eu passei por isso”.
O filme é recheado de clichês, mas que na narrativa casam perfeitamente com todo o estresse, os gritos, as quedas, as piadas e os julgamentos errados por parte de alguns personagens que são apresentados durante a trama, ou seja é um filme que conseguiu reunir vários costumes dos brasileiros, nos fazendo rir sem precisar forçar a inteligência do espetador com situações mirabolantes ou com desfechos inusitados. Também reservou um espaço para que houvesse um momento de reflexão por parte de promessas que as pessoas fazem, se comprometendo serem melhores a cada ano que se inicia, denuncia de forma leve alguns preconceitos, sexismo e machismo e faz uma crítica sobre a produção das comédias nacionais e como o público reage quando há um questionamento sobre este gênero de filme no Brasil, deixando claro que estes hábitos são constantes no nosso cotidiano e por este motivo há uma identificação direta com espectador que de imediato reconhece as situações mostradas na tela como sendo comuns no seu dia a dia.
Os Farofeiros cumpre o que prometeu com intensidade e simplicidade na sua produção e brincando conseguiu ser fiel ao retratar as mais diversas circunstâncias em que o brasileiro está envolvido. No seu contexto trouxe piadas pesadas, com um certo conteúdo de palavrões, mas que não soam apelativas e nem ofensivas.
#AssistaOsFarofeiros
#Deixeseucomentário
#Filmenotaoito
Programa Clube do filme
Neste sábado, 17 de março, vai ao ar a partir das 13h pela Rádio Cultura do Nordeste Am 1130, O Clube do Filme.
Dando continuidade ao MÊS DAS MULHERES, onde durante todos os sábados os assuntos abordados giram em torno do UNIVERSO FEMININO NA SÉTIMA ARTE, o tema deste sábado será: “AS MULHERES NOS FILMES DE FAROESTE”. Apresentado por EDSON SANTOS, com participação de Mary Queiroz e Weigma Filho, receberá os convidados Zenaldo Nunes, exímio Colecionador e pesquisador do Gênero Faroeste, além das presenças de Bento Gomes e Felipe Santos, que fazem um trabalho fantástico na área de COSPLAY.
ACESSE: radioculturadonordeste.com.br e interaja conosco.
ESTREIAS DA SEMANA:
“TOMB RAIDER – A ORIGEM”
A nova versão de LARA CROFT, personagem icônico dos vídeo-games, é a grande estreia da semana: “TOMB RAIDER – A ORIGEM”.
Aos 21 anos, Lara Croft (Alicia Vikander) leva a vida fazendo entregas de bicicleta pelas ruas de Londres, se recusando a assumir a companhia global do seu pai desaparecido (Dominic West) há sete anos, ideia que ela se recusa a aceitar. Tentando desvendar o sumiço do pai, ela decide largar tudo para ir até o último lugar onde ele esteve e inicia uma perigosa aventura numa ilha japonesa.
Sem dúvida, uma grande pedida para os fãs da heroína dos vídeo-games. A produção está impecável, e Alicia Vikander faz uma LARA CROFT visceral, a altura da personagem no jogo!
A LUTA DO SÉCULO
Uma outra estreia da semana no Centerplex Cinemas, no Caruaru Shopping, é o longa-documentário: “A LUTA DO SÉCULO”, do Diretor baiano SÉRGIO MACHADO, (“Quincas Berros D’água”-2010) este é seu terceiro Documentário, o qual foi premiado no Festival do Rio, na categoria de Melhor Documentário.
O documentário narra a trajetória dos pugilistas Reginaldo Holyfield e Luciano Todo Duro, que encontraram no boxe uma maneira de escapar da miséria e se tornaram dois dos maiores ídolos do esporte no Nordeste. Nos anos 1990, a rivalidade entre eles colocou Bahia e Pernambuco em pé de guerra. Durante mais de 20 anos, os dois se odiaram tanto que não podiam dividir o mesmo espaço sem se agredir. Eles se enfrentaram seis vezes, com três vitórias para cada lado. Durante as filmagens, os inimigos, já com mais de 50 anos, resolveram se enfrentar pela última vez.
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