Textos do Autor

Neste espaço, você tem contato com todo o meu acervo textual, incluindo artigos, opiniões e diversos textos publicados em jornais ou sites. Há cerca de 20 anos escrevo, tendo começado com uma coluna no Jornal Vanguarda e depois no Jornal Extra de Pernambuco. Os Blogs de Mário Flávio e de Magno Martins publicavam artigos de opinião. Vários sites no nordeste repercutem textos meus. 

PUBLICADOS NO BLOG DO MÁRIO FLÁVIO

Opinião – Cultura e Cidadania – “Um vagabundo como eu”. Por Paulo Nailson
18.12.2013

Quem viveu a jovem guarda lembra bem desta canção. Sucesso da banda “Os Incríveis”, que completou 50 anos de carreira este ano. Canções memoráveis como “Era um Garoto que, Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones”, “Eu Te Amo, Meu Brasil”, “Marcas do que se Foi”, “O Milionário” e a citada aqui “O Vagabundo”. Engenheiros também regravaram este sucesso. Há dois tipos de vagabundos: aqueles que “como eu”, trabalham de domingo a domingo, com atividades múltiplas e outros que, segundo o dicionário é “quem caminha sem rumo determinado; que vive de maneira desocupada; que não tem vontade de realizar suas tarefas, desprovido de honestidade; malandro ou canalha.”

Lamentavelmente um Edil se referiu ao segmento cultural do tipo pejorativo. Nós, digamos assim, os bons vagabundos, dormimos ontem alegres e aliviados, com a consciência tranquila por mais uma tarefa cumprida. Foi uma noite linda, memorável para cultura. O Diretor Djair estava conosco, o presidente André Alexei ligou e passou mensagem parabenizando a equipe pela dedicação e conquista. Infelizmente logo cedo da manhã seguinte eu acordei já com a ligação de um companheiro de luta, que dedica sua vida historicamente na cultura, também chamado de desocupado ontem, Severino Florêncio, compartilhando comigo a notícia que logo ia tomar conta das manchetes dos principais órgãos de imprensa do Brasil, que foi a prisão dos vereadores acusados de concussão, descrito no código penal como a exigência de vantagem em função do cargo ocupado pelo servidor público.

Em seguida outra “vagabunda” militante, Yanara Galvão, eleita presidenta da Federação Pernambucana de Cineclubes, também me liga e juntos ficamos refletindo sobre esse ato que, apenas revela o despreparo do ex-vereador. Saímos ontem celebrando o momento “divisor de águas”, como disse Demóstenes Veras, da “noite espetacular” citada por Gilberto de Dora. Marcelo Gomes fez justiça ao recordar que o projeto de lei amadurecera em várias reuniões, conferências e debates com o próprio segmento. E Leonardo Chaves, com maestria e experiência citou a relevância dos direitos culturais e a atitude do prefeito no encaminhamento do projeto.

Vale salientar que o executivo todo, a partir do presidente da Fundação de Cultura e Turismo André Alexei nos deu todas as condições e liberdade de fazer tudo que fosse necessário para que a Lei do Sistema Municipal de Cultura viesse a existir. Por sua vez, o diretor de Ações Culturais Djair Vasconcelos ofereceu estrutura e acompanhamento e o prefeito em nenhum momento vacilou, seguindo passo a passo as orientações do Ministério da Cultura e encaminhando em tempo hábil o projeto para que, se possível, fosse votado ainda este ano.

Os vereadores se abriram para receber em diversas ocasiões os artistas para conversar sobre o projeto. As comissões e os departamentos foram ágeis e na votação, com exceção do dito cujo, todos reconheceram a importância do Sistema.

O DIA SEGUINTE – O evento ocorrido precisa ser refletido profundamente pelo povo. Quem se deixa comprar por candidatos trocando seu voto por bens materiais e valores é parte deste podre sistema. Quem alimenta a corrupção é essa estrutura montada mundialmente, não sejamos ingênuos, mas há casos e casos e eu prefiro acreditar que nem tudo está perdido.

Prefiro crer que, assim como a justiça permite, os vereadores detidos terão condição de se defender e os que provarem sua inocência voltarão a atividade. Creio que deveria ser pensada uma nova cultura onde o servidor se orgulhasse de servir, incluindo promoção por mérito e não por barganha eleitoreira ou apadrinhamento. Salários dignos entram neste item.

A polícia investigou e fez sua função, a imprensa também. Que nasça nos novos edis um sincero desejo de frear com essa louca e avassaladora ganância. Não sei se estou feliz. Anseio para que minha cidade seja lembrada por exemplos que dignificam a vida humana e nos tornam melhores. Desejo ardentemente que quem detém o poder em suas mãos e estejam agindo de má fé que permitam que o ocorrido mude suas atitudes. Penso que a posição mais coerente é de ser solidário com os que choram, mas quero ver a justiça triunfar.

Perspectivas para Cultura com o Sistema
27/01/2016

O ano de 2016 vem carregado de expectativas em relação a aplicação do Sistema Municipal de Cultura. Será o ano em que o Conselho Municipal de Política Cultural vai ter desafios e muito trabalho pela frente. Além da criação do Fundo Municipal tem o Plano de Trabalho para próxima década. Porém, creio que o mais desafiante vai ser começar de fato a interagir e interferir com a gestão principalmente em eventos como o São João.

O fecundo aglomerado de artistas, artistas do povo – diga-se de passagem – que tem participado das muitas ações no Polo Cultural é o resultado de um esforço conjunto entre governo e sociedade civil. Local onde começaram as primeiras reuniões que formaram o Conselho e onde até hoje vivenciamos inúmeras expressões pura, livre e sempre libertária da arte. Muitos dos conselheiros são sensíveis e acreditam que as coisas podem ser diferentes do que tem sido avançando com passos mais concretos em busca de resultados mais ousados.

Temos uma gestora de cultura disposta a alçar vôos mais altos neste novo ano que já desponta com uma saraivada de desafios; para celebrar as possibilidades que só a cultura livre e desinteressada pode impingir para uma militante, boa e sofrida gente que cá temos. Avançar coerente e ativamente para uma política de cultura e que seja bem mais do que pagar “rios de dinheiro” para artistas “estrelas” podendo ampliar essas iniciativas, torná-las presença na periferia e zona rural. Por que não?

Que venha o Fundo Municipal de Cultura. Que haja mais recursos públicos para promover nossa arte, aliás, de excelente qualidade. Vamos estimular o surgimento de novos artistas. A arte, a boa arte, tem um papel no combate às múltiplas formas de violência. É inclusiva.

Vamos cada dia mais articular arte, com inclusão social, geração de renda e promoção política como uma estratégia possível viável e inteligente. O tempo é agora!

__________________________________________________________

ATIÇANDO UMA POLÍTICA DAS ARTES PARA CARUARU

10/06/2016

Como todos os anos anteriores, o período junino traz consigo uma discussão repetida que é um tratamento mais digno à cultura e os artistas locais. Seguem-se uma série de declarações em redes sociais e imprensa, entrevistas e depoimentos acalorados e reclamações reincidentes. A defesa da cultura até aparece mais no discurso de alguns vereadores do que nos candidatos majoritários. A cidade continua fervilhando com artistas que atuam com ou sem apoio governamental e de setores privados, os gestores até avançam com programas interessantes, porém acabam descontinuados e as boas intenções dos muitos fazedores de cultura acabam sendo tolhidas por limitações naturais ou impostas.

Em recente entrevista a Rádio Globo FM, num programa semanal apresentado pelo responsável por este blog, o vice-prefeito e pré-candidato Jorge Gomes (PSB) deu ênfase o tempo todo sobre o potencial de um Sistema, no caso o de Política Cultural, que começou sua construção no município desde 2015, ano da primeira Conferência de Cultura, porém só veio a ser levado a sério em 2013, 3ª Conferência Municipal de Cultura, e a partir daquele ano o processo acumulativo de plenárias e ações desembocou na Lei do Sistema em 2014, na reformulação do antigo Conselho de Cultura em Conselho Municipal de Política Cultural no ano passado e, este ano na criação do Fundo Municipal e do Plano Municipal de Política Cultural, fazendo com que possamos ter pela frente o que se chama POLÍTICA DE ESTADO e não apenas momentânea proposta por esta ou aquela gestão.
Ainda que pouco compreendido o pré-candidato, e todos os outros que assim o fizerem, acerta na leitura do diagnóstico e no tratamento sugerido, pois só a partir deste é que vem o prognóstico que traçará o resultado futuro. 

Foi em sua primeira gestão à frente do Ministério da Cultura (MinC), entre 2008 e 2010, que Juca Ferreira buscou estabelecer um conjunto de políticas públicas para revitalizar a Fundação Nacional de Artes (Funarte), surgindo na seqüência o processo de construção da Política Nacional das Artes (PNA), cujo objetivo principal é a implementação de políticas públicas atualizadas, fundamentadas e duradouras para as artes. O Ministro formou um Comitê Executivo e que ao longo do processo está sistematizando e consolidação informações para a elaboração de políticas públicas consistentes e duradouras para as artes no âmbito nacional.

No âmbito municipal quem está vivendo o processo de dentro enxerga que nossos avanços tem se dado muito por conta da mobilização e força da sociedade civil, reclamando que setores governamentais pouco se movimentam. É um fato e é importante entender que isso leva a crer que a ação está se desdobrando de baixo para cima, com a organização e articulação de agentes e comunidades com pouca interferência dos ‘de cima’. É essa organização e atuação efetiva da sociedade que acaba impulsionando a presença do poder público com respostas a estas demandas. E, por outro lado, a gestão vai ser fomentadora é aquela que ouvir e enxergar estes problemas levantados em toda cadeia de criação, produção, difusão e consumo cultural e saber se posicionar se articulando com parceiros e intersetorialmente, até mesmo de parceiros como a secretaria de Participação Social e plenárias do Orçamento Participativo, nesta, sendo contemplado o Turismo Rural na Pedra do Cruzeiro (Vila Peladas). 

Por isso não acho interessante desacreditar no diálogo, na construção coletiva, em plenárias e reuniões, etc. Pois é exercício de cidadania e tomada de decisões conjuntas, ainda que seja cansativo e muitas vezes desestimulante, mas é o caminho mais correto a trilhar, por isso a proposta de atiçar o desejo de outros horizontes viáveis. Entre as muitas demandas da 3ª Conferência tem a criação da Secretaria de Cultura, uma política de editais, projetos que apoiem viagens interestaduais e internacionais inclusive em forma de intercâmbios culturais. Há propostas desta Conferência que já foram contempladas de forma prática, como o Polo Cultural da Estação Ferroviária onde já funcionou em 2014 oficinas de circo e cine-clube e estão em vigor até hoje oficinas de perna-de-pau, mamulengo, malabarismo, violão, pífano, percussão, capoeira, etc. tendo pouco incentivo do governo, mas acontecendo. Atualmente neste local, além de restaurantes e bares que compõe a área gastronômica, tem a sede do Instituto Histórico de Caruaru (IHC), o Centro de Cultura Popular Mestre Gercino (Boi Tira-Teima), a Casa do Pife, Teatro-Garagem Mamusebá (Mamulengos), Casa dos Artistas e, em fase de instalação sede da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel e Casa da Capoeira. 

É evidente que é necessário o poder público apresente um projeto definitivo para o local. Outra iniciativa que vale lembrar foi o NAC (Núcleo de Ação Cultural) que foi paralisado, mas enquanto esteve ativo consistia na fomentação da cultura, de modo que a iniciativa pública se deslocava até os bairros e zona rural, primeiro identificando as demandas da localidade e traçando estratégias culturais para cada espaço, provendo depois a um custo baixo essa movimentação no local e empregando artistas dos segmentos. O NAC chegava a atingir 25 bairros por semana oferecendo oficinas gratuitas de teatro, dança, artes visuais (fotografia, cine clube e animação) fomentando a produção e absorção de arte em todo os bairros e zona rural. Em 2015 teve o Projeto Arte nas Praças que levava aos espaços públicos os serviços de arte e musicalidade que são oferecidos pelo Serviço de Convivência da Secretaria de Políticas Sociais, para crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, assim levava-se às comunidades Orquestra de Metais, composta por instrumentos de sopro, banda de pífanos e apresentação de Hip-Hop. 

A Casa de Cultura José Condé com oficinas de fotografia, computação, violão, teatro, dança (zumba), artesanato e moda. Entendo que o desafio de se fazer cumprir o que é demandado pelo Conselho é um desafio gigante, mas é fundamentalmente também uma questão cultural que precisa ser enfrentado e mudado. Precisamos continuar não desistindo desse propósito: unir artistas, setores artísticos e a sociedade em geral no sentido de impor a política para as artes como uma agenda fundamental na cidade. E que os políticos que querem sinceramente ver dias melhores para os artistas e para nossa cultura precisam ter um olhar mais sensível a esta agenda, pois queiram ou não queiram o avanço da ‘manada’ está se dando e os que ficarem no caminho correm o risco de serem atropelados.

ADEUS MESTRE
10/06/2015

“Tento tornar o mundo um pouco mais Colorido”

Hoje Caruaru perdeu mais um grande talento do mundo artístico. Edvaldo Tavares Lins, artista plástico, faleceu no começo da noite desta quarta-feira, 10 de junho. Tímido, definia-se como uma pessoa confiável e se orgulhava de poder viver exatamente como escolheu.

Como os grandes mestres, refletia um caráter de humildade mesmo sendo reconhecido pelo talento grandioso. Tinha a magia de comunicar-se através de seus desenhos e sua pintura muito mais do que com palavras. O universo cultural está de luto.

Seu corpo está sendo velado no Alto do Moura e o enterro está marcado para amanhã, quinta, às 16 horas.

_________________________________________________

CULTURA TRANSFORMANDO VALORES NA SOCIEDADE
23/01/2014

O momento eufórico em que boa parte dos artistas da cidade estão denominando de histórico, por conta do fato do Sistema Municipal de Cultura agora ser lei, é mais do que legítimo porém tem que se ressaltar que ele é fruto de uma longa batalha que vem sendo construído há longos anos. Dito isso, devemos reconhecer que houve uma nova concepção conceitual sobre cultura nos últimos anos.

Há uma necessidade de se mudar o comportamento político-cultural predominante na sociedade caruaruense. O tema cultura além de ser destaque no segundo caderno dos jornais apareceu entre outros, para a página política e slogan de partido. Aos poucos, cultura vai deixando cada vez mais de ser ornamentação ou tema de coluna social para ser espetáculo e o ato de fazer política em si.

Tudo que já alcançamos nesta união de forças supervisionada pelo governo era algo necessário, mas ainda não é o bastante. O conceito agora é cada vez mais amplo, trabalhando valores simbólicos tradicionais e de criação.
O conjunto de políticas públicas e o maior incentivo a participação junto com o debate cultural é um processo só, que se cruza e costura um olhar diferente para o social nos níveis implementados principalmente a partir do governo Lula (PT) e implica numa nova cultura para a educação, transporte, habitação, entre outros, sempre buscando a inclusão dos excluídos.

Esse é o momento para firmarmos mais ainda o grupo que vem se reunindo e crescendo de forma consistente e consciente de seu compromisso com esta geração e com a vindoura. Precisamos ser capaz de estabelecer uma sinergia com os organismos do governo e com os muitos atores e atrizes dos segmentos que ainda estejam afastados, cada um com seus motivos.

Reforçar cada vez mais essa nova cultura de valores que não só atinja o político, mas toda escala da sociedade. Uma cultura que é construída pelo ajuntamento, respeito às divergências e diferenças, enfrenta os que a enxergam somente como fonte de lucro.

Esse enfrentamento da desigualdade social partindo de um conceito novo de cidadania, onde o gestor articula políticas públicas de cultura com políticas educacionais vai desembocar em ações de resultados mais concretos e de promoção humana, e a juventude tem participação fundamental nisso.

Uma cidade mais humana, mais verde, mais solidária, mais participativa, com os três poderes trabalhando corretamente cada um cumprindo sua função é possível e passa fundamentalmente pela educação e pela cultura. O engajamento dos fazedores de cultura foi uma conquista de acumulo de força para decisões e ações em conjunto e que encontrou plena harmonia no executivo e legislativo. E que os que ainda não estão percebendo isso possam chegar junto que serão bem acolhidos. Estamos aprendendo e nos ajudando neste processo que as oportunidades estão surgindo.

Vamos evoluindo para um lugar comum, onde todos irmanados com os mesmos propósitos deixem na história sua contribuição para a próxima geração desfrute de um ambiente mais saudável e mais digno de se viver.

“A CÉSAR O QUE É DE CESAR E AO TEMPO O QUE É DO TEMPO”
O clima na cidade desde a prisão dos vereadores permanece tenso e confuso. Passados um mês do fato denominado “Operação Ponto Final” ficaram as reticências. É nítido o desgaste da Câmara, mas nebuloso ainda todo o processo.

As interrogações vão surgindo não só por parte dos envolvidos e citados, mas também dos depoimentos que ainda estão na fase inicial.
Ganha quem permanece em silêncio, mas a seu tempo o que tiver de ser revelado será. Até lá o direito de cada um deve ser respeitado.

A recomendação de Cristo, do qual eu parafraseei, também é: “com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também.”

PARA REFLEXÃO
“Deixe que seus amigos subestimem suas qualidades e que seus inimigos superestimem seus defeitos.”
(Filme O Poderoso Chefão)


Grupo de Caruaru vai apresentar Auto das Sete Luas de Barro no Rio de Janeiro
5/8/2014

Grupo Feira de Teatro Popular se desloca para apresentar o espetáculo numa temporada no Estado do Rio de Janeiro. A viagem está marcada para a próxima quinta (07/8), e no domingo (10/9) é que o grupo retorna. “Auto das Sete Luas de Barro” é uma biografia escrita em 1979 sobre o Mestre Vitalino. Com ela, o teatrólogo Vital Santos venceu o Prêmio Molière, concedido pelo Governo Francês.

O espetáculo expressa como Vitalino fala de cada homem simples do nordeste. E mostra como Vital conseguiu reunir poesia, música, e dizer tudo que é preciso, evocar sentimentos e não ser pieguista. No Rio, a apresentação será em Teresópolis no dia 8 e em Nova Friburgo, 9. “Auto das Sete Luas de Barro” é o povo de Caruaru sendo encenado, nossa cultura engrandecida e nossa arte sendo mostrada pelos rincões deste Brasil.



CULTURA VAI OU NÃO PARA O PT
11/01/2013

Essa discussão é muito parecida com a travada no início de 2011. Naquela época eu já não era mais filiado do PT e as pessoas pediam a minha opinião: “O PT vai ou não vai para Queiroz?”

Eu nunca entendia essa pergunta e respondia: “É possível ir para onde já se está?”

Meu argumento era de que apesar de haver internamente relutância, resistência ou discussão de certas tendências ou pessoas, a linha deveria ser buscar compreender se o partido permanecia na base de apoio para reeleição ou sairia.

Acabei recordando brevemente, aqui mesmo nas postagens do blog, desde janeiro, há um ano. Vamos recordar?


Em março, João Paulo esteve em nossa cidade e em entrevista a este Blog disse “o PT está fechado com Queiroz”.

No mês seguinte, abril, duas tendências, seguindo a visão da liderança do chamado CEU (Campo de Esquerda Unificado), campo em que elas estavam e permanecem inseridas, se manifestaram também publicamente e, também neste mesmo blog, foram a AE – Articulação de Esquerda (tendência que Djair faz parte) emitiu nota de apoio ao prefeito e reafirmou que o nome do Chefe do Executivo (Queiroz) “é o ideal para unir a Frente Popular” e DS – Democracia Socialista (Adilson Lyra), dizendo em nota que Queiroz era “o melhor caminho para Frente Popular seguir no comando da cidade”.

Ainda em abril, no programa de Hélio Júnior na rádio Cultura, lideranças petistas se desentendiam no ar sobre essas mesmas questões, depois reportado aqui no blog.

Passaram-se dois meses e, como alguém relatou também aqui no blog “só após uma série de reuniões”, em junho é que o apoio formal foi declarado. Entre os vários itens constava no documento que o faziam para manter a unidade da Frente Popular e para “derrotar as forças conservadoras”.

A CULTURA JÁ ESTÁ COM O PT

De volta ao tema principal, penso que se Queiroz permanecer construindo este novo mandato na mesma direção, além da possibilidade de Lúcia Félix permanecer no Turismo, as probabilidades de Djair Vasconcelos permanecer na Cultura são reais e justas, pois ambos podem agora não só preservar o que já foi construído em equipe e parceria com as demais secretarias e departamentos nestes quatro primeiros anos, como também podem (e já devem estar fazendo) rever ações equivocadas e avançar nas metas junto com as respectivas cobranças do Executivo para este mandato.

O partido tem eleições internas pela frente para discutir. Logo estarão no segundo semestre em plena campanha. Certamente há espaços estratégicos na gestão que dirigentes petistas que ainda não tenham sido contemplados possam ser convocados para atuar e colaborar.

Ataque da mídia não abala popularidade de Dilma e Lula

Se a eleição presidencial fosse hoje, o PT teria dois nomes com chance de vencer no primeiro turno. Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva têm no momento mais intenções de voto do que todos os possíveis adversários somados apontam pesquisa Datafolha, publicada na Folha de São Paulo.

Num dia como hoje

Em 11 de janeiro de 1848 revolucionários praieiros, na fase da Guerra das Matas no sul de nosso estado, sob o comando de Pedro Ivo, tomam o engenho de Carmorim, cujo senhor planeja atacá-los. A guerrilha continua por dois anos.

Para refletir:

“Se és incapaz de sonhar, nasceste velho. Se o teu sonho te impede de agir segundo as realidades, nasceste inútil; se, porém sabes transformar sonhos em realidade que encontram com a luz do teu sonho, então serás grande na tua pátria e a tua pátria será grande em ti.” (Plínio Salgado)



Livro sobre Gregório Bezerra será lançado em Caruaru
5/12/2013

“UM HOMEM FEITO DE FERRO E FLOR”. Foi Ferreira Gullar quem o definiu assim. Florestan Fernandes declarou pós sua morte: “Eis aí a figura enorme desse homem que morreu sem receber os tributos que merecia”. Anita Leocádia Prestes o via como: “pessoa encantadora, muito gentil com todos, em especial com as crianças”. Para seus algozes: um bandido perigosíssimo. Mas se perguntássemos quem foi Gregório Lourenço Bezerra a ele próprio, como se definiria? Esta resposta poderemos encontrar nas páginas do livro “Memórias de Gregório Bezerra”, que foi escrito pelo já citado no início Ferreira Gullar, e narrado pelo próprio Gregório. A primeira edição do livro foi lançada há mais de 30 anos, em dois volumes. Depois, a autobiografia foi reeditada pela Boitempo Editorial, com de fotos e textos inéditos, e em um único volume.

Pois bem, caruaruenses terão oportunidade de ter também o lançamento deste livro no dia 12 de dezembro, na Academia Caruaruense de Letras. O livro foi elaborado com sob supervisão do único filho vivo de Gregório, Jurandir Bezerra, que mora em Gravatá (PE), da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, do próprio Ferreira Gullar e do ex-vereador recifense Roberto Arrais, este último será o palestrante no evento.

Há também depoimentos do arquiteto Oscar Niemeyer, do cartunista Ziraldo, da advogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco Eduardo Campos. Recentemente Gregório teve toda sua história também contada durante sete edições (uma semana) do Diário de Pernambuco num especial denominado MEMÓRIA POLÍTICA.

Para Berthold Brecht “um povo que não tem memória, já morreu ou está morrendo”. Com este pensamento todos estão convidados a participar de mais este momento onde certamente encontraremos quem viveu este passado histórico e também os jovens fazedores da história atual. Em dias tão confusos para muitos, onde encontramos tantos com a “doença infantil do comunismo” quem dera tivéssemos mais gente com o caráter de Gregório capaz de afirmar: “Nunca tive temperamento para curvar-me”.



O EVANGELHO NO RITMO DO FORRÓ

19/06/2012 - RN
https://montanhasrn.wordpress.com/

As semelhanças entre o Forró e o Evangelho começam no próprio significado no nome, como muitos já conhecem “FORRÓ” surgiu como corruptela da expressão inglesa “for-all” (para todos) assim como o Evangelho não é para alguns, ou para um grupo seleto de pessoas é “para todos” os que creem (Romanos 3:21-22).

E o gospel? Conta-se que surgiu na igreja Afro-americana, localizada nos Estados Unidos, e tem como pai Thomas A. Dorsey no começo não foi muito bem aceita pelas igrejas, o que empolgou mais ainda o compositor a escrevê-las. Depois do seu falecimento, e com 500 músicas já escritas, as igrejas começaram a aceitar o novo estilo musical. A música gospel tem suas raízes ligadas à música cristã negra e junto à indústria multibilionária de gravação musical dos Estados Unidos, expandiu e ficou conhecida por todo o mundo.

O estilo gospel chegou ao Brasil há décadas, e desde então houve destaque nos corais das igrejas, um deles foi o raiz Coral que era interpretada por um solista, junto a ele um coro e um pequeno conjunto de instrumentos. E com o passar dos anos, repercutiu na maioria das religiões e é cada vez mais procurada. Segundo pesquisas, a música gospel está em segundo lugar na venda de CDs e nos últimos dez anos, houve um aumento significativo no número de cantores desse estilo.

Gospel (God Spel = Palavra de Deus) é para muitos apenas um estilo musical, uma “nova onda” onde artistas cristãos e não cristãos surfam se beneficiando do mercado para prosperar economicamente ou sair do anonimato. Mas para outros tantos é expressão de uma relação real com o Deus que seguem.

Sobre o primeiro trabalho registrado neste estilo deve existir outro registro, mas eu desconheço, o que marcou na história, até por ter tido a repercussão nacional foi o Rebanhão com a música Baião (Janires) em 1981. Sei que nos primeiros discos dos Vencedores por Cristo também usaram este estilo musical.

Atualmente há mais de 150 artistas evangélicos no Brasil que cantam música nordestina, isso o que se tem conhecimento, só para se ter ideia 70 deles estão no site http://soforrogospel.blogspot.com.br/

Nomes como Trio Louvor Nordestino, Os Cabras de Cristo, Sal da Terra, Brasas no Altar, Erasmo Miguel, Isaias do Acordeon, Toinho de Alagoas são alguns mais conhecidos em nossa cidade.

No rádio o programa Louvor Nordestino, apresentado atualmente na 102 FM às 16 horas é líder no horário. Apresentado pelo cantor Erasmo Miguel, uma das atrações do dia 20, o programa retrata bem a expansão desse estilo com poesia matuta, humor, causos, embolada, e toda diversidade musical e artística dos que trabalham no que convém chamar de Música Gospel Nordestina.

Muitos não sabem mas esta expansão da música gospel e profissionalização dos músicos se deu em nossa cidade através de algumas pessoas, entre elas o comunicador Jaelcio Tenório e minha pessoa.

Foi ainda na década de 80 que eu comecei a conhecer pessoalmente cantores e grupos pioneiros no estilo, em eventos em Belo Horizonte, Rio, Curitiba, Brasilia, etc. naquela época a arte e a essência do cristianismo ainda era mais importante que o lado comercial. Aos poucos o material era repassado para os grupos locais, partilhado entre lideranças eclesiásticas mais progressistas que, apesar de sofrer resistência, logo abriram espaço para surgir trabalhos semelhantes na cidade.

Jaelcio Tenório revolucionou a maneira de fazer programa evangélico no rádio ainda na Difusora, no meio da década de 80 no programa Um toque de Amor, ajudando a disseminar o estilo mais pop das canções religiosas. Exatamente como é hoje: ousado, polêmico, criativo, jornalístico e o mais interessante tinha audiência consolidada em horário nobre. Jaelcio veio a fazer o mesmo percurso pelo país, conhecendo pessoalmente artistas cristãos e trazendo-os para realizar shows na região, sendo o responsável pelos maiores eventos evangélicos realizados nestas décadas na região. O mais interessante é que o respeito e respaldo de Jaelcio com os artistas chega ao ponto de alguns mesmo contatados por outros agenciadores, só vem depois que Jaelcio é consultado.

Todos estão convocados para na próxima quarta, 20 horas, no Pátio de Eventos, ouvir a mensagem de Deus através da música nordestina, sem ferir o contexto da festa.

Pois bem, para concluir, vale lembrar que tanto eu quanto Jaelcio desenvolvemos esses eventos e atividades associando relação com Deus e cotidiano, Evangelho e ação no mundo, cidadania e valores do Reino de Deus, usando de todos os meios possíveis para levar ao maior número de pessoas possíveis a mensagem pura e simples do Evangelho de Cristo.




Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas. 
17/02/2012

O IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada publicou em 15 de Setembro de 2009 um documento com o título à cima citando a estrutura participativa criada pelo governo Lula a partir de 2003, constatando um avanço na participação social no país, por meio de conferências públicas, como resposta do Estado ao clamor da sociedade civil por maior controle social e ampliação do espaço político.

O mesmo documento também afirma que ainda faltam mecanismos legais que assegurem a incorporação e a execução das deliberações aprovadas nesses espaços pelo governo federal. O estudo diz que, a capacidade das conferências nacionais de influenciar a formação da agenda de políticas públicas do Governo Federal deriva do vínculo da conferência com marcos legais, ainda que isso não assegure a aplicação das decisões em sua totalidade.

Desde sua criação até 2010, já foram realizadas 111 conferências nacionais e centenas de milhares de conferências intermediárias, nas esferas municipais e estaduais. Do total de encontros nacionais, 9 aconteceram entre 1941 e 1988 – 11 delas referentes ao tema saúde e 1 de Ciência e Tecnologia; e as demais 99 conferências foram organizadas pós 1988 (BRASIL, 2011).
É incontestável que governo Lula priorizou uma gestão mais democrática e participativa e, com tal objetivo, buscou construir um novo pacto com a sociedade civil por meio da criação e institucionalização de novos espaços participativos.

Vem aí a 1ª Consocial

A Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social – 1ª Consocial, cujo tema central é “A Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública” foi convocada por meio de decreto presidencial de 08/12/2010 e, sob a coordenação da Controladoria-Geral da União tem como objetivo principal a promoção da transparência pública e o estímulo à participação da sociedade no acompanhamento e controle da gestão pública, contribuindo para um controle social mais efetivo e democrático.

A CGU espera mobilizar e envolver mais de 1 milhão de brasileiros ao longo do processo conferencial acerca do debate sobre temas como: a promoção da transparência e acesso à informação e dados públicos, mecanismos de controle social, engajamento e capacitação da sociedade para o controle da gestão pública, atuação dos conselhos de políticas públicas como instâncias de controle e diretrizes para a prevenção e o combate à corrupção, eixos temáticos da 1ª Consocial.

Com a realização da 1ª Consocial, agendada para 18 a 20 de maio em Brasília, os temas e propostas debatidos durante todo o processo conferencial podem transformar-se em políticas públicas, projetos de lei e, até mesmo, passar a compor agendas de governo em âmbito municipal, estadual ou nacional, além de subsidiar a criação de um Plano Nacional sobre Transparência e Controle Social. Desde dezembro a PMC deu um pontapé inicial nesta direção com a implantação do Caruaru 2030. Na próxima semana eu vou trazer informações sobre a CONSOCIAL em nosso estado e município.

Após Ficha Limpa, movimentos querem eleições sem verba privada. Supremo Tribunal Federal valida lei que veta candidatura de pessoas com condenação judicial ou política. Nova regra já valerá para eleições municipais de outubro. Para movimentos sociais, próximo passo para melhorar política é proibir doação de empresas para campanhas eleitorais. Entidades vão colher assinaturas para projeto popular que cria financiamento público.



ABRIL VERMELHO
20/04/2012

Em 22 de abril de 1500 chegavam ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. Na quarta-feira (18) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou dados do Censo 2010 relacionados com a população Indígena do Brasil, trazendo informações de que o Nordeste assumiu o lugar do Sudeste ao ter mais Índios na área urbana e a cidade de Pesqueira, no agreste de Pernambuco, é onde tem a maior população indígena na região nordestina, com cerca de 9.335 Índios residentes no município, um crescimento de 280% em 10 anos, em 2000 esse número era de 2.455, segundo o próprio IBGE.

Um dia depois, 19, lembramos do Dia do índio, um dia para recordar alguns fatos e refletirmos sobre a questão indígena em nosso país. Para completar, no domingo 22 de abril, são 512 anos do que se chama descobrimento.

Abril nos trás tristes lembranças

Lembramos o massacre dos 19 Sem Terras em Eldorado do Carajás, em 17 de abril de 1996, até hoje os criminosos sem punição. Para marcar a data, em 2002 foi instituído o Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária (abril vermelho), celebrado em 17 de abril. A iniciativa partiu da então senadora Marina Silva e foi convertida em decreto assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A cada ano acontece a jornada nacional de mobilizações organizada todos os anos pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para cobrar a realização da reforma agrária.

A QUESTÃO INDÍGENA – Talvez o maior símbolo de resistência que temos são os Tupinambás, passados 512 anos até hoje não conseguiram território demarcado.

PATAXÓS – Aguardam há 30 anos por julgamento de ação de retomada de terras onde garantem a sustentabilidade da economia local de Pau Brasil.

ASSASSINATO DE GALDINO – O índio Pataxó Hã-hã-hãe Galdino de Jesus dos Santos, em 1997, foi à Brasília com outras lideranças indígenas para reivindicar a recuperação da Terra Indígena Catarina-Paraguaçu, motivo de ação promovida pela Funai em 1982. Por ter chegado tarde de reuniões, inclusive com a presença do então presidente Fernando Henrique Cardoso, não pôde entrar na pensão onde se hospedara e resolveu dormir num abrigo de ponto de ônibus da capital federal. Jovens da classe média atearam fogo a Galdino, que acabou morrendo por conta das queimaduras. Além dele, desde que o processo pela retomada de terras foi aberto, cerca de 30 lideranças indígenas foram assassinadas sem punição de seus executores.

Já se passaram 15 anos.
Os Pataxós souberam esperar a decisão judicial, que tramita há mais de 30 anos, pela retirada de suas terras não só com a luta pela retomada, mas com a sabedoria do cultivo de terras devastadas e cansadas. O território indígena Caramuru-Catarina Paraguaçu, que abrange os municípios de Camacan, Itaju da Colônia e Pau Brasil, no sul da Bahia, foi criado em 1926, pelo então Serviço de Proteção aos Índios (SPI). Ao longo do tempo, fazendeiros se apropriaram de terras, inclusive com títulos fundiários concedidos pelo governo do estado da Bahia, no domínio de Antonio Carlos Magalhães (ACM), confinando a população indígena a um território mínimo.

Desde então, os índios lutam para valer o seu direto, e travam um diálogo com o judiciário pela recuperação de suas terras.


Desde sua fundação o Brasil não conseguiu ainda resolver as questões fundiária e indígena. Para isso, as organizações e entidades indígenas como a COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), a APOINME (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo) e um grupo de lideranças indígenas da região Sul do Brasil, têm procurado fortalecer a construção de uma agenda indígena nacional, onde sejam pautadas suas demandas, problemas, reivindicações, bem como suas reflexões e intervenções na conjuntura política da sociedade nacional e as formas de relacionamento com o Estado.

Por conta disso, surgiu o “Abril Indígena”, mês de mobilização nacional convocado pelas organizações indígenas e indigenistas que, a cada ano, procura realizar durante o mês de abril, debates, seminários, ações e eventos em várias regiões do Brasil, bem como a realização do Acampamento Terra Livre, montado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a capital federal do Brasil.

O mês de abril já possui uma simbologia relacionada aos povos indígenas brasileiros, pois, durante o período da ditadura militar (1964-1985), o dia 19 de abril, foi consagrado como “Dia do Índio”, quando a idéia do Estado era “integrar” os povos indígenas à “sociedade civilizada” de forma lenta e gradual.

Tutelados pelo Estado, eles deixariam de ser índios, tornando-se “cidadãos brasileiros”. Este dia, portanto, sempre envolto nas comemorações da oficialidade e esvaziado de conteúdo crítico, foi retomado pelos povos e lideranças do movimento indígena da atualidade como o dia nacional de luta dos povos indígenas do Brasil, inserido numa programação ampla, que acontece durante todo o mês de abril. 

Lee Oswald

O prefeito de Presidente Kennedy (ES) foi preso ontem durante uma ação da Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes em licitações, superfaturamentos e desvio de verbas públicas no Estado. A Operação Lee Oswald – em referência ao homem considerado o assassinado do então presidente americano John Kennedy – prendeu outras 27 pessoas e pretendia cumprir 51 mandados de busca e apreensão no total.

CPI INSTALADA

Em rápida sessão do Congresso Nacional, foi instalada ontem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o envolvimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. O rito de instalação durou apenas três minutos.

VERDADE HISTÓRICA RETOMADA

Em decisão inédita, a Justiça de São Paulo concedeu a retificação da certidão de óbito do militante comunista João Batista Drumond. Com a correção, constará no documento que o militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) morreu nas dependências paulistas do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em decorrência de torturas físicas.

A morte de Drumond foi registrada como consequência de um atropelamento na esquina da Avenida 9 de Julho com a Rua Paim, na região central da capital paulista, em 1976. Na ação, a viúva Maria Ester Cristelli Drumond sustenta que o militante foi morto sob tortura dentro do DOI-Codi, para onde foi levado após ser preso durante operação policial que desarticulou uma reunião do PCdoB em uma casa no bairro da Lapa, na zona oeste. Na ação, dois militantes foram mortos.

Do lado dos últimos

Pobres não são aqueles que “ficaram para trás”, por serem incapazes de jogar as regras do capitalismo, mas aqueles que ficaram excluídos de todo jogo e aos quais foi impedido o acesso aos próprios recursos de um sistema econômico que destrói o controle público sobre o patrimônio biológico e cultural.

Estar “do lado dos últimos” não significa, portanto, dar mais a quem tem menos, mas restituir o que foi subtraído com a força de leis injustas, defender os bens comuns do assalto avançado da globalização neoliberal, impedir a exclusividade das formas de vida e de conhecimento e construir uma nova democracia ecológica. Uma democracia que defenda a biodiversidade e que reconheça o condicionamento recíproco entre sustentabilidade ecológica e justiça social.”
Vandana Shiva


Ficha Limpa em Caruaru

Como divulgado aqui no blog vereadores aprovaram um Projeto de Lei de autoria do Dr. Demóstenes (PSD), que cria sanções para a nomeação de servidores no âmbito municipal, uma espécie de Lei da Ficha Limpa. “Esse Projeto ajuda a debater a questão ética no poder público, fizemos a nossa obrigação e os vereadores entenderam”, disse o autor do Projeto que aguarda agora sancionamento do prefeito.

Para refletir…. “Aqui, muito se falou sobre Internet, e eu acho que nela há uma trincheira de luta muito importante, mas eu tenho 13.000 seguidores no Twitter, e confesso me sinto muito mais feliz trabalhando com 13 agricultores, 13 desempregados, 13 operários. Muitas vezes nossos movimentos falam pelo povo; querem ser a vanguarda do povo; escrevem para o povo; porém, não se comprometem com o povo. Deveríamos fazer uma certa higienização política. O povo não tem bom cheiro para nós os intelectuais, os artistas, os inteligentes, os cultos Se o povo não vai até nós, não vamos a lugar nenhum.” Frei Betto na sexta passada em Havana, encontro com Fidel.




Para a “Frente” acordar é preciso!
10/02/2012

A edição mais recente do vanguarda (nº 7.456) nos fez recordar 2004. O PCdoB levou até as últimas consequências sua candidatura à majoritária. Na época o candidato da Frente Popular era João Lyra Neto que veio a ser derrotado por Tony Gel por pouco mais de 700 votos. O PCdoB teve 773 votos ajudando a comprometer a eleição da Frente. Na época o presidente e candidato pelo partido comunista era Eduardo Guerra, vindo depois a colaborar na gestão de Tony. Guerra, quando disputou em 2008 uma vaga na Câmara pelo PCdoB teve 535 votos. Mais recentemente a Frente Popular retoma o comando da cidade. Guerra passa a servir na gestão de Queiroz na Ciência e Tecnologia, vindo depois a colaborar na interlocução do governo numa secretaria estratégica e importante, dessa vez estando ele já no PT. 

PCdoB passa a ter nova direção e consequentemente um novo presidente. Lícius Cavalcanti posteriormente assume também a presidência da Câmara, subistituindo um petista. Depois de passar pelo PPS Lícius se candidata pela primeira vez a vereador pelo PT em 2004 e alcança mais de mil votos. Depois, Cavalcanti se candidata pelo PCdoB em 2008 e elege-se vereador com 2.256 votos. Lícius não impõe a sua candidatura ao majoritário, mas põe-se a disposição da Comissão Partidária para cumprir esta missão se assim ela entender necessária. No Executivo o PCdoB tem atualmente 1 Ministro, 42 Prefeitos e 66 Vice; no Legislativo 2 Senadores, 14 Deputados Federais, 18 Deputados Estaduais e 608 vereadores e, pretende ampliar esse quadro. 

Queiroz já sinalizou que vai haver diálogo em busca de um entendimento. Desconheço a autor da frase, mas o recardo é bem pertinente: “A melhor maneira de conduzir uma negociação de sucesso é fazer com que todas as partes fiquem satisfeitas ao fechar um acordo.” 32 anos se passaram… Partido dos Trabalhadores foi fundado no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo. O Partido surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas, liderados por Luiz Inácio Lula da Silva e outras lideranças de trabalhadores, no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos de esquerda então existentes. Assim, o PT foi fundado com um viés socialista democrático. O Partido dos Trabalhadores foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de fevereiro de 1982. Aniversário será comemorado nesta sexta (10) em encontro com foco em estratégias para eleições municipais. Aliança com PSD em São Paulo, como quer Lula, e chapa própria em Belo Horizonte contra aliado do PSB, motivo de guerra em Minas, expõem dilemas, como os de Pernambuco. Embate estadual com tucanos em 2014 dita negociações. Com 552 prefeituras, PT Brasil deseja avançar, mas qual a meta?

UMA NOVA SOCIEDADE É POSSIVEL… “Eu não aprendi nada com esse episódio, apenas confirmei o que eu já sabia: muita coisa precisa mudar. A gente tem que fazer um pouco para as coisas poderem mudar. Espero que o meu caso sirva de exemplo. Que as pessoas lembrem do meu caso e passem um ensinamento para os seus filhos. Pequenas atitudes vão mudando as coisas. Não adianta porque o mundo não muda de uma hora para a outra.” Vítor Suarez Cunha (Estudante espancado ao defender mendigo).




Participação e mudança pelo voto
03/02/2012

Reaberto o processo de recadastramento biométrico em nossa cidade, quero ressaltar a importância da participação popular no processo eleitoral. O voto ainda é o instrumento mais eficiente de cidadania. Em outubro, brasileiros acima de 16 anos voltam às urnas elegendo representantes para o Executivo e Legislativo, prefeitos e vereadores nos municípios. Este ano é oportuno lembrar não só desse nosso compromisso futuro, mas é tempo de avaliar se os eleitos cumpriram o que prometeram em campanha.

Além disso, é bom trazer a memória o papel que cada um exerce na gestão.

O PREFEITO É RESPONSÁVEL POR:

Manter o contato com a comunidade, dialogando com as organizações sociais, ampliando a participação nas decisões do governo; Elaborar um programa de governo a partir das necessidades da população; Possibilitar a participação popular na elaboração do orçamento do município;Apresentar projetos de lei;

O VEREADOR É RESPONSÁVEL POR:

Discutir com a comunidade as prioridades e a forma de assegurar um controle popular sobre o uso e aplicação dos impostos arrecadados, garantindo os interesses da sociedade; Cobrar da prefeitura a participação popular no orçamento público do município; Elaborar e votar leis segundo as necessidades da comunidade; Fiscalizar as ações do prefeito, seus secretários e administradores; Lutar pela transparência e democratização da prefeitura e da câmara municipal.Passados mais de três anos, como você avalia os que receberam do povo o mandato nesse período?

A SEMANA

Bastante agitada no cenário político local iniciando com a divulgação da pesquisa pela Folha de Pernambuco, o episódio polêmico da carta que não existiu e o reinício das reuniões ordinárias na Câmara. A pesquisa ajuda a avaliar o momento, corrigir táticas e estratégia dos que pretendem lançar suas candidaturas, formenta a discussão. A confusão em torno da “carta” deve levar petistas a ter mais atenção em todo processo além de ano eleitoral nos municípios o partido prepara-se já também para as eleições internas (início de 2013). Na volta após recesso parlamentar reencontrei vereadores bem dispostos e motivados mas senti falta do povo acompanhando nas galerias.
“EXPLOSÃO DO NEOLIBERALISMO CRIA NOVAS FORMAS DE LUTA”

Em entrevista exclusiva a Caros Amigos, a socióloga Maria Orlanda Pinassi diz que “o mundo vive hoje uma crise sem precedentes na história. Essa crise se manifesta, sobretudo, no empobrecimento material e espiritual dos trabalhadores, condicionados cada vez mais a empregos precarizados e ao desemprego crescente, igual- mente estruturais. Ela ainda comenta as características e implicações dessa crise estrutural e os desafios que ela coloca para os movimentos sociais e organizações de esquerda. vale conferir!

GESTÃO É…

Antes de tudo –, definição de política. E definição de política implica em posicionamento ideológico, não podendo ser confundida com um processo neutro de gestão. As decisões nunca são neutras, assim como a burocracia. Cabe lembrar que uma gestão profissional, e competente, não é sinônimo de tecnocracia, mas sim de uma conduta pública coerente, em que conceitos e políticas são apresentados à sociedade de forma clara, permitindo o debate e transformando esse debate em realizações e conquistas da cidadania. Por isso, os Conselhos são tão estratégicos, cabendo a eles a mediação entre 
Poder Público e Sociedade. Célio Turino (historiador, ex-secretário de Cultura e Turismoem Campinas/SP (1990/92).




Democratização da Gestão Pública e controle social através do OP.
29/01/2012

O Orçamento Participativo é, hoje, reconhecido no mundo todo como uma das mais importantes inovações em termos de domocratização da gestão pública. Como a administração local tem dito, não existe um padrão absoluto e a diversidade de formatos é uma fonte de riquezas para o avanço geral da prática do OP.

OP é fruto da pressão feita pelos movimentos sociais por melhoria da qualidade de vida no perímetro urbano. Desde a década de 70, que se apela por uma maior participação da população na definição dos rumos da sociedade brasileira.  Depois de destaques significativos em cidades como Vitoria, Vila Velha (ES), Recife (PE) e Porto Alegre (RS) sendo esta última premiada nacional e internacionalmente, que as experiências da participação popular na aplicação do dinheiro público tiveram uma maior visibilidade. Entre 1997 e 2000 cerca de 140 municípios brasileiros começaram a desenvolver ações para consolidar OP. Nos últimos dez anos esse número só aumentou.

Em Caruaru, algumas reuniões já estão acontecendo para consolidação do mesmo. Sendo o passo mais recente, o Caruaru 2030. O OP trabalha uma transformação na cultura política possibilitando uma maior transparência na elaboração e execução do orçamento e inibindo a corrupção e o clientelismo. As plenárias temáticas do OP de nossa cidade já devem começar nas próximas semanas.
Ainda não sabemos se o OP que se forma é apenas consultivo ou deliberativo.

Nosso desejo é que apesar das contradições e interesses diversos, a vontade pública dos que governam e a sociedade civil façam do OP Caruaru um projeto bem sucedido. Onde todos juntos possam superar os desafios de sua implementação e ampliar o alcance da participação dos cidadãos(ãs).

No caso do PC do B, a história desempenhou um papel fundamental no seu nascimento e na sua afirmação frente a outros grupos de esquerda, em particular ao PCB. Nesse caso, foi travada uma verdadeira batalha entre os dois partidos pela memória e história da tradição comunista brasileira.

VERGONHA NACIONAL

Cerca de 2 mil famílias, aproximadamente 10 mil pessoas, que ocupavam um terreno abandonado desde 2004, foram expulsas violentamente no domingo, 22. A área, na cidade de São José dos Campos (SP), pertence ao empresário Naji Nahas, e a comunidade vinha requerendo o direito a permanecer no local. Na sexta-feira, 20, decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, do desembargador Antonio Cedenho, suspendeu a ordem de reintegração de posse da ocupação. Mesmo com a decisão federal, a polícia militar realizou a desocupação com forte aparato, com helicópteros, blindados, armas, bombas de gás e pimenta, a mando do governador do Estado de São Paulo. Manifestações contra a ação violenta permanecem acontecendo pelo país. Voltamos à barbárie?

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Um dos momentos para aprofundamento da perspectiva dos movimentos sociais sobre a crise e, ao mesmo tempo, para apresentar as propostas de lutas comuns, será organizado amanhã, durante a “assembleia dos movimentos sociais”, que deve reunir os movimentos brasileiros atuantes na Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), passando por organizações internacionais e também aquelas no campo da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). Esse processo busca pautar a Rio+20 por meio da Cúpula dos Povos, que acontecerá paralelamente ao evento oficial, em junho de 2012. Mais que isso, pretende organizar um calendário comum de ações.

UM NOVO PROJETO SOCIALISTA É POSSÍVEL?

“A tipologia tradicional dos partidos de esquerda hoje está esgotada e os novos movimentos sociais ainda não conseguiram transcender o nível de mobilização de rua para o de organização política. A esquerda precisa recuperar a ideia de socialismo, mas não há nenhum acordo sobre como fazer isso”.
Tarço Genro – Carta Maior




Um outro mundo ainda é possível
19/01/2012

Na próxima semana inicia-se mais uma etapa do Fórum Social Mundial, agora temático e desmembrado. Reunidos em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo um público que se propõe debater e elaborar propostas para um novo mundo. Agora temático, o FSM concentra os debates nos temas centrais da conjuntura internacional que são acrise capitalista e justiça social e a justiça ambiental.

O FST 2012 se insere no processo do Fórum Social Mundial, iniciado no Brasil em 2001, e quer ser novamente um espaço de convergência do pensamento altermundista. Em junho acontece no Rio de Janeiro a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que marca duas décadas da Eco92, o FST2012 também se insere como momento preparatório para a Rio+20 dos Povos que será um evento paralelo à conferência oficial e que reunirá lideranças e movimentos dos cinco continentes para pressionar por avanços na defesa dos direitos sociais e ambientais de todos os povos.

Duas décadas depois as promessas feitas pelos governos não foram ainda cumpridas. É preciso que movimentos e ativistassociais estejam presentes para marcar posições de desagrado com o modelo de desenvolvimento das economias capitalista,que gera devastação ao planeta e sofrimento aos povos. Serão dias de centenas de atividades, oficinas, palestras, seminários, conferências e atividades culturais.

De todo os continentes estarão presentes ativistas que foram protagonistas dos novos movimentos, tais como o Occupy Wall Street, a Primavera Árabe, os indignados da Espanha, as manifestações estudantis chilenas, entre outros.  Para se ter idéia da mobilização popular pelo mundo em 15 de outubro do ano passado aconteceram manifestações em quasemil cidades de 82 países.

A indignação com as desigualdades e injustiças políticas e sociais aparece como uma marca comum à maioria destes movimentos que questionam o “sistema” e “poder”, se confronta com sua destrutividade e rompem com a passividade das décadasneoliberais. A política de austeridade promete mais miséria e levam os jovens a se mobilizarem por seu futuro. Em todos os continentes, setores antes apáticos se colocam em movimento de forma pacífica, democrática, pluralista, unitáriaeautônoma em relação ao poder.

Estes movimentos nascem das necessidades e aspirações do presente, depois de três décadas de globalização neoliberal. A mensagem é uma só: Precisamos reinventar o mundo. Nenhuma resposta efetiva parece estar emergindo dos poderes estabelecidos. Se trata de mudar o sistema para defender 99% da humanidade dos 1% que quer jogar sua crise sobre as costas dos demais. Precisamos reinventar o mundo.

Entre os dias 24 a 29 os Grupos Temáticos debaterão quatro eixos transversais:

1. fundamentos éticos e filosóficos: subjetividade, dominação e emancipação;
2. direitos humanos, povos, territórios e defesa da Mãe-Terra;
3. produção, distribuição e consumo: acesso à riqueza, bens comuns e economia de transição;
4. sujeitos políticos, arquitetura de poder e democracia.

Por uma agenda comum, vamos continuar reinventando o mundo!

NUM DIA COMO HOJE

Em 20 de janeiro de 1971 Rubens Paiva, deputado cassado (PSB), é seqüestrado pela ditadura e desaparece, no Rio. O atestado de óbito sai em 23/2/96.

ATÉ QUANDO?

Apesar do compromisso do presidente Obama de fechar o centro de detenção de Guantánamo antes de 22 de janeiro de 2010,em meados de dezembro de 2011 o centro albergava 171 homens. Pelo menos 12 dos trasladados a Guantánamo no dia 11 de janeiro de 2002 ainda continuavam presos. Um deles cumpre pena de cadeia perpétua imposta após ter sido declarado culpado por uma comissão militar, em 2008. Nenhum dos 11 restantes foram acusados formalmente. Em 10 anos, somente um dos 779 detidos da base foi trasladado aos Estados Unidos para ser julgado por uma corte federal ordinária. Outros têm sidosubmetidos a julgamentos injustos ante comissões militares. Atualmente, nesse tipo de julgamentos, o governo tenta obter a pena de morte para seis dos detidos. O centro de detenção de Guantánamo, situado na base naval estadunidense em Cuba, converteu-se em um símbolo de tortura e outros maus tratos após ser aberta quatro meses após os atentados de 11 de setembro.

PARA REFLETIR

“Se outro mundo é possível, isso se dará a partir da convergência de todas essas mobilizações, da sincronia entre todos que lutam pela preservação ambiental, do diálogo entre as forças sociais e políticas convencidas de que dentro do capitalismo não há salvação para o futuro da humanidade.” Frei Betto.




Opinião: O “Cavaleiro da esperança” em Caruaru. Por Paulo Nailson
13/012012

A foto a baixo (presenteada pelo amigo Mizael Martins) registra um comício histórico, provavelmente no final da década de 50 para 60. Na Rua da Matriz, num local onde durante muitos anos aconteceriam os principais comícios de nossa cidade. Ao microfone Luís Carlos Prestes, conhecido como “O Cavaleiro da Esperança”, liderou a coluna de rebeldes que por dois anos e cinco meses percorreu 25 mil quilômetros pelo país, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 3 de janeiro de 1898. Morreu no Rio de Janeiro em 7 de março de 1990, aos 92 anos. 

Filho de Antônio Pereira Prestes (capitão do Exército) e de Leocádia Felizardo Prestes (professora primária). Prestes dedicou mais de 60 anos de sua energia aos ideais em que acreditava. Teve 10 filhos, Anita Leocárdia com Olga Benário, sua primeira mulher e mais nove filhos com Maria Prestes, além de 24 netos e nove bisnetos.

No dia 3 deste mês, quando se vivo fosse teria completado 114 anos, sua segunda esposa que permanece viva, entregou ao Arquivo Nacional 27 pastas com documentos pessoais e cartas do militante comunista com quem conviveu por 40 anos e a quem amorosamente ainda chama de “O Velho”.

Segundo Maria, entre fotos, cartas e documentos está o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, de fevereiro de 1976, onde constam os nomes de 233 supostos torturadores. Aos 81 anos, ela decidiu doar os documentos daquele que, segundo disse, foi perseguido por 60 anos por lutar por seus ideias de um futuro melhor. “O Velho tinha uma vida pública e esse acervo pertence aos historiadores e ao povo brasileiro, para que conheçam Prestes melhor”, disse a viúva, lembrando que o marido, apesar de sua intensa militância política, era um homem que amava sua família. Em uma de suas últimas entrevistas, em 1986, um jornalista perguntou se não se sentia frustrado por ter devotado tanto tempo a um ideal, ter sido preso, exilado, e não ter visto mudanças significativas no País. “Absolutamente. A transformação é um processo demorado, um processo longo. Leva tempo para convencer a classe operária que ela deve assumir um papel dirigente na luta por uma nova sociedade.” 

SEIS MESES SE PASSARAM

Desde quando circulou a primeira edição da Revista Conteúdo, julho de 2011, já se notava sua importância no contexto editorial local e agora na região. É interessante o clima de ansiedade de quem a recebe periodicamente pelo número que ainda não saiu, e a alegria de quem a conhece pela primeira vez. Na revista como no blog Mário Flávio mantém um equilíbrio saudável entre formato e conteúdo que consolida  cada vez mais a ambos no mercado e diante dos leitores.

A COMUNICAÇÃO ENQUANTO DIREITO

Acontecerá em Recife o I Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC), entre os dias 09 e 11 de fevereiro na Universidade Católica de Pernambuco. Organizado pelo Centro de Cultura Luz Freire (CCLF). Em dezembro do ano passado houve a plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), e também há sujeitos que atuam na “nova política” das marchas e redes sociais e buscam modelos mais horizontais de participação.




Cuidado com os encantos da mosca azul
30/12/2011

Era uma mosca azul, asas de ouro e granada,

Filha da China ou do Indostão.
Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada.
Em certa noite de verão.
Então ela, voando e revoando, disse: 
— “Eu sou a vida, eu sou a flor 
Das graças, o padrão da eterna meninice,
E mais a glória, e mais o amor”.

E ele deixou-se estar a contemplá-la, mudo

E tranquilo, como um faquir,
Como alguém que ficou deslembrado de tudo,
Sem comparar, nem refletir.

Esses trechos iniciam o poema A mosca azul, de Machado de Assis, (Poesias Completas, 1901). Mosca Azul também é, nas regiões mais pobres, atrasadas e sem saneamento brasileiras, um tipo de mosca varejeira, que somente sobrevive porque se alimenta de dejetos humanos.

Conhecendo o poema, a tal varejeira e lendo o livro com o mesmo nome da autoria de Frei Betto, histórico militante da esquerda brasileira. Entre outras passagens, Betto fala com convicção do ideal construído pela nova esquerda após o golpe militar de 1964, da estratégia política voltada para a capacitação de novas lideranças no movimento popular e dos momentos difíceis que enfrentou na prisão, durante a ditadura militar, fui levado a muitas indagações e reflexões sobre o momento sócio-político que estamos inseridos e concluindo mais um ano.

Em alguns momentos que tenho vivenciado e no Caruaru 2030 desta semana, pude ver o governo oportunizando a participação de lideranças eclesiásticas, civil, comunitárias, e das mais variadas ramificações da sociedade.

Vivemos num clima de euforia com as muitas conquistas, índices expressivamente positivos, expectativas e projeções otimistas tanto para o desenvolvimento econômico, empresarial, urbanístico, social, etc… O ano novo se aproxima e viveremos mais uma vez o tradicional clima de “guerra” entre os defensores deste ou daquele candidato.

O recado vem primeiro para mim, pois os ouvidos mais próximos de minha boca são os meus, e vai para todos que terão uma participação mais ativa neste contexto de ser participante das próximas décadas em nosso município, neste clima de euforia de tantas conquistas e boas projeções, cuidemos para não ser picados, ou melhor dizendo, encantados com a mosca azul.

Seja onde for a sua atuação, imprensa, Ongs, sindicatos, movimentos sociais, órgãos governamentais, etc. O que deve prevalecer é a consciência de que o projeto de eleição não deve superar o projeto de cidade. Na medida em que um projeto de cidade for abandonado em favor de um projeto de eleição cria-se um projeto de poder sem a consciência de que este poder precisava ser instrumento que fortalecesse as bases sociais.

Andei pensando por estes dias como será a vida da gente daqui a 20 ou 30 anos. Não saberia descrever nem sei se ainda terei a graça divina da vida. Mas sei que muito do que acontecerá depende das decisões e ações de hoje. Parafraseando Betto sei que não haverei de participar de muitas destas conquistas que virão pela frente. Mas faço questão de ficar ao lado dos que lançam, ainda que em terra árida, as sementes de um futuro melhor.

NOVOS TEMPOS

O que dizer aos deputados petistas que não assinaram o pedido de CPI da Privataria Tucana?

ACONTECENDO NA GRÉCIA

Desde maio, o povo voltou a ocupar espaços que havíamos abandonado nas últimas duas décadas: assembleias gerais começaram a ser organizadas em todas as cidades, retomando as praças públicas.

EM 2012 SEJAMOS…
“do tamanho que se é, nem maior nem menor do que ninguém. E sustentar a esperança na certeza de que só haverá colheita se desde agora se cuidar, delicada e anonimamente, da semeadura. Enquanto uns saem para caçar borboletas, prefiro cuidar do jardim para que elas venham” (Mário Quintana).




Estatuto da Cidade: Avaliação e Desafios à implementação em Caruaru.
16/12/2011 

Criado com o objetivo de estabelecer diretrizes para a organização da vida urbana, ele nasceu numa constatação em que mais de 85% da população brasileira vivem em regiões metropolitanas. Apesar das lideranças políticas e dos movimentos sociais entenderem a nova lei como um instrumento avançado a serviço da sociedade, o estatuto ainda enfrenta muitos desafios pela frente, hoje são mais de mais de 5.500 municípios com seu Plano Diretor elaborado, mais tem muito mais a fazer.

Voltando no tempo, desde a década de 1930, os movimentos populares se organizaram com a ajuda de sindicatos pela regularização dos direitos de quem mora nas cidades. Com a chegada dos anos 1970 e 1980, o fluxo de pessoas que saíam das áreas rurais com destino às cidades aumentava significativamente.

Era inevitável a necessidade de se planejar a sobrevivência dos cidadãos para o século 21. Em 1989, o senador Pompeu de Souza propôs e o Estatuto da Cidade surge como projeto de lei. Em 1999, foi realizada uma conferência com a participação de diversos setores da sociedade, entre eles, geógrafos, arquitetos, líderes do movimento sociais, parlamentares e empresários, para viabilizar uma proposta que priorizasse a função social da nova lei, então o estatuto foi aprovado com a presença de mais de mil pessoas de quase todo o Brasil.

Em 2001, 11 anos mais tarde, ele foi aprovado e sancionado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. De lá pra cá foram apresentadas mais de 16 novas propostas na Câmara e todas ficaram sem avançar, porque determinados setores ligados à especulação imobiliária consideram a lei uma afronta aos seus direitos.

Pois bem, a cidade é fruto do trabalho coletivo de uma sociedade. É nela que ganha vida a história de um povo, seus relacionamentos sociais, políticos, econômicos e religiosos. Com o tempo, naturalmente vem a necessidade humana de se organizar em torno do bem estar comum. Assim conscientes ou não todos querem uma cidade mais justa e mais democrática, que responda nossas expectativas de vida.

O desafio é construir uma cultura política com ética nas cidades, viabilizando que os conflitos de interesse sejam mediados e negociados garantindo esferas públicas e democráticas. É preciso exercitar a prática de discutir os rumos das cidades com os vários setores da sociedade. No Artigo 2, capítulo I, inciso II do Estatuto determina: “gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;”

Garante-se, dessa forma, a participação da população nas decisões de interesse público, por meio dos instrumentos estabelecidos na Lei. O processo passa pela discussão da população que reflita a cidade onde mora, trabalha e sonha, e faça propostas para corrigir as distorções existentes no desenvolvimento do município.

E nossa cidade como fica neste contexto?

A Lei Orgânica do Município é datada de 05 de abril de 2005, a cidade cresceu desordenada, desrespeitando as margens do rio Ipojuca, e os recuos, sem avançar em leis complementares. O Plano Diretor precisa definir qual é a melhor função social de cada pedaço da cidade, considerando as necessidades e especificidades econômicas, culturais, ambientais e sociais. O Plano deveria ser um verdadeiro pacto sócio-territorial que transformaria nossa realidade.

O Conselho das Cidades aprovou quatro resoluções que orientam os municípios na implementação do Estatuto da Cidade: a de nº 15, cria a Campanha, a de nº 25 explicita os municípios obrigatórios e orienta o processo participativo, a de nº34 que define o conteúdo mínimo do Plano Diretor Participativo e a de nº 83 que orienta o processo de revisão de planos diretores.

A Secretaria Nacional de Programas Urbanos realizou 44 oficinas, com o apoio dos núcleos, que formaram 3150 multiplicadores da Campanha, de todos os Estados e dos mais diversos segmentos: prefeitos, vice-prefeitos e técnicos municipais; vereadores; movimentos populares de luta por moradia; entidades regionais do Forum Nacional da Reforma Urbana; universidades; ONGs, órgãos públicos federais e estaduais, sindicatos e entidades profissionais, ministério publico etc.

São políticas que buscam garantir uma cidade que inclua as pessoas, que desenvolva políticas que melhore a qualidade de vida e que cada cidadão e cidadã possa opinar sobre o modelo de política de habitação, acesso à terra, saneamento, transporte da sua cidade. O lado triste é que a Lei está sendo desrespeitada pela maioria dos gestores municipais. Mas a lei por si só e a vontade do poder público não são suficientes para o avanço necessário. Devemos aliar a nossa vontade e a mobilização popular e política para fazermos alguma coisa acontecer. O caminho não é fácil, é um grande desafio. Mas tem que ser enfrentado.

DEIXA O HOMEM TRABALHAR

José Queiroz e recebeu o troféu Prêmio Prefeito Empreendedor Sebrae 2011. Caruaru se destacou entre as demais no Estado por ter desenvolvido projetos voltados para os micro e pequenos empresários, ao lado de parceiros importantes como o Governo do Estado, a Acic e o próprio Sebrae, além de ter atuado na promoção das cadeias produtivas do município.

Só este ano Caruaru venceu a Palma de Ouro e o Gestor Nota 10 na área de educação, ficou entre as ganhadoras do Prefeito Amigo do Emprego 2011, e ficou entre as cidades brasileiras contempladas com o prêmio da Organização Mundial de Estados e Municípios, entregue na Alemanha.

FAZENDO JUSTIÇA E HISTÓRIA

A Câmara Municipal entregou na quarta-feira passada o título de cidadão de Caruaru a Jaime Amorim, dirigente nacional e militante social no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST PE. Como este blog reportou a Câmara virou um “mar vermelho” de gente para prestigiar o dirigente. Apesar dos vereadores votarem por unanimidade a propositura de Lícius que mais uma vez faz história no mandato, a ausência dos vereadores foi lamentável.

NUM DIA COMO HOJE

Em 16 de dezembro de 1770 nascia em Bonn o compositor alemão Ludwig van Beethoven, gênio e rebelde, admirador da Revolução Francesa, cantor da liberdade e do heroísmo. Dos 73 anos que viveu, 37 passou-os doente, sofrendo num mundo que não o compreendia e que ele não queria compreender.




“Então… É Natal?
9/12/2011

Estamos concluindo mais um ano em nossas vidas. A cidade se antecipou e o velho Nicolau já passou por aqui colorindo as ruas, corais musicam eventos, luzes coloridas brilham nas avenidas, enfeites ornamentam as vitrines das lojas,… Novembro nem havia terminado ainda e já é Natal!

O governo antecipou o 13º e o servidor foi às compras movimentando o comércio, o trabalhador com dinheiro no bolso se diverte e adquire novos bens, na saída do colégio os jovens vão aos centros de compras namorar e curtir o tão esperado fim de tarde, …Dezembro chegou e já é Natal. Por trás deste cenário ainda há uma dura realidade.

Parte da cidade anda nas sombras, com crianças olhando de longe a passagem do Noel, roncos musicam estômagos vazios, os olhos (lacrimejando) de pais brilham nas calçadas das lojas, sem ter o que comer nem poder comprar,… Mais um ano sem emprego e o Natal já era.

Os mais abastados doam suas sobras, religiosos também; o assalariado negocia suas dívidas e vai beber o que sobrou, a juventude longe da escola estão nos guetos curtindo os seus fins, alguns desesperados se drogam,… Outros, sem ter o que comer nem o que vestir perambulam, …Pra esses não há Natal.

Por trás desta realidade há um mundo possível. O bom velhinho rende-se àquele menino na manjedoura unindo todos num mesmo espírito natalino, a cidade assiste seus cidadãos refletirem e mobilizarem-se exercitando a partilha, o governo age e encoraja para as práticas sociais espontâneas,… Chegou o Natal! Setor público, instituições e comunidade: Nós temos condições de possibilitar essa realidade.

O Betinho deixou a fórmula: “é preciso ter confiança em que essa mudança vai partir de nós. Ela não vai cair do céu. Ela não vai ser feita pelos outros para nós. Ela vai ser feita de nós para os outros (…), tem só um “se”, e o “se” é você. Se você decidir fazer isso acontecer.”.

SINAL DE ALERTA

Dezembro é o mês das compras, vivemos num calor sufocante, num trânsito agitado, a Sulanca, calçadas e lojas entulhadas de gente com muita pressa e pouca paciência. Lembre daqueles que te amam, sua família e a vida como presente maior de Deus para você preservar.

FAZENDO DIFERENÇA

As denúncias envolvendo desvios de conduta por parte de algumas ONGs não podem ser generalizadas. Oportunistas e dissimulados teremos em todo e qualquer lugar. Não devemos descrer nesse segmento, pois, tem muita gente boa e séria atuando e com resultados inquestionáveis. Em Caruaru, por exemplo, acompanhamos diversas entidades que desenvolvem um trabalho ético.

CONTINUO ACHANDO…

Covardia o que a grande mídia fez com Cajurú e um exagero o que a Band fez com Rafinha Bastos. Mesmo crendo que “Peixe morre pela boca” e que devemos ser “tardio no falar e prontos a ouvir”. O que está em questão não é a liberdade de expressão, ele errou e merecia, sim, punição; mas quem decidiu sobre a disciplina foi infeliz.



NO BLOG DE EDVALDO MAGALHÃES:

Acesse AQUI

Nenhum comentário: